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sábado, 2 de outubro de 2010

MUDANÇAS

Vou começar de onde eu me lembro que foi o começo de tudo...
Um livro de auto-ajuda.
Vi a entrevista da autora na tv fechada, anotei o nome e comprei.
Achei-o meio bizarro, cheio de cores, desenhos e testes. Chama-se:
"Você pode curar sua vida", de Louse L. Hay.
Simples, não?
Estou lendo bem devagar para ajudar as mudanças chegarem.
Ontem a primeira mudança começou.
Tenho um filho de 23 anos que tem tudo de melhor que um Ser pode ter: caráter, dignidade, respeito, consciência, carinho, humildade, tolerância, compreensão, amor e tem sonhos, muitos sonhos. Conta-me todos...confia tanto em mim!
E sabem o que eu estava fazendo com esse filho amoroso? Estava procurando destruí-lo com minha raiva de não sei quem, através do demônio que estava dentro do meu coração e saía pela minha boca. Estava xingando muito, pensando mal de todo mundo, descontrolada, inconsequente, malvada. Implicante com o filho o tempo todo e com tudo. E ele ali, paciente, amoroso, compreensivo, humilde, aceitando minhas imposições, minhas críticas, minhas neuras, meus horrores.
Tudo que ele me pedia eu primeiro negava. Depois diante da humildade dele ia concedendo aos poucos.
Parece que não confio nele...mas confio.
Penso se ele está me explorando...mas não está.
Na verdade ele está apenas vivendo a juventude dele e eu não vou atrapalhá-lo porque ele não permite. Tem o santo ou anjo protetor muito forte.
Depois de uma cena vergonhosa de desrespeito com ele, numa saída ao shopping, chegamos em casa. Eu entro no meu quarto, fecho a porta.
Ele fica na cozinha, simplisinho, iniciando um almoço para nós dois, depois de tantas chateações que eu o fiz passar com meu descontrole emocional.
Ligo o ar-condicionado, o som baixinho, e começo a chorar...choro tanto que vai se transformando num urro. Urro de dor, de morte, de renascimento, de arrependimento, de consciência. Choro muito alto. Estou desesperada, com o está meu coração pequenino.
E ele continua lá, tranquilo, fazendo nossa comidinha, com tanto amor!...
Ligo para o pai dele e peço ajuda. Peço que seja o portador do meu pedido de perdão por tudo que venho fazendo com ele, sem ele merecer.
Começo a pensar no livro de auto-ajuda quando fala em mudanças e cega, sem barreiras, inconsciente, vou até a cozinha, ajoelho-me diante do meu filho e peço-lhe perdão por toda maldade que venho cometendo com ele.
- Levante-se, mamãe! Reaja! Não é pedindo perdão - porque não tenho o que perdoar, que as coisas vão se resolver. Tome esse copo de água e controle-se. Eu não tenho o que lhe perdoar porque eu te amo e vc me ama também. Só existe amor entre nós.
Peço-lhe um abraço e ele me dá, caladinho, sem deixar seu coração me contar o que pensava daquela cena inédita.
Volto calminha para a cama, deito e durmo. Só acordo com ele me chamando para almoçarmos juntos.
Filho, diante de Deus eu lhe prometo: nunca mais vou lhe prejudicar com minha maldade, porque daqui pra frente vou colocar só amor, perdão e ternura no meu coração, pra vc e para todas as pessoas.
Obrigada, filho!